O povo brasileiro só assiste novela porque sabe que no final das contas o mocinho vai se dar bem e o vilão vai se dar mal.
Essa seria a lógica dos acontecimentos. Claro que às vezes, um ou outro, torce para que o desfecho mude um pouco para que não vire um marasmo. Mas mesmo assim, no fundo, no fundo, torce-se pelo bem. Afinal de contas, é síndrome de brasileiro torcer pela parte mais fraca, e a parte mais fraca sempre é o lado do bem.
O vilão sempre é rico, é o mais bonito, tem a namorada mais bonita, e o mocinho é um morador de vila, um taxista, um empregado da empresa, que se apaixona pela namorada mais bonita do vilão, e contra todas as lógicas em seu desfavor, acaba ganhando a garota no final.
O povo brasileiro é um povo sofrido. Temos rios e rios de corrupção correndo em nosso país. Ultimamente a única coisa que têm-se visto nos jornais é CPI disso, CPI daquilo, CPI daquilo mais, e mais e mais CPIs inundando o pouco de integridade que restava de nossos políticos. Já que cada dia aparece um diferente na mira da polícia federal, aparece alguém que nem seria capaz de se imaginar cometendo tal ato de vandalismo, e sendo protegido com imunidade disso e daquilo lá. Tendo prerrogativas de poder roubar e não ser punido. Prerrogativa de levar o dinheiro todo pra fora do país e viver bem.
E qual a prerrogativa do povo brasileiro? De cada vez mais ver o país afundar nessa lama e nada poder fazer? Apenas se indignar? Apenas sofrer calado? Tem prerrogativa de ser roubado e ainda ter que escolher quem vai melhor roubar no senado, na câmara, na presidência, na prefeitura?
O povo brasileiro já não tem nem um pouco de incentivo para ser honesto, para se tornar melhor, e ainda por cima quando vai assistir à novela, o vilão se dá bem, fazendo todas as suas maldades a novela inteira.
O povo assiste novela porque lhes dá esperança. Se o bem vence lá, porque no nosso país não vai vencer? É uma réstia de esperança que resta ao povo sofrido do nosso quase continente chamado Brasil.
É triste ter assistido à novela belíssima e ver Fernanda Montenegro no papel de Bia Falcão, uma vilã inescrupulosa e sem limites se dar tão bem no final, morando na França, num hotel com vista à torre Eiffel e um Cauã Reymond satisfazendo seus desejos sexuais.
Ou então, assistir Cobras e Lagartos, onde Lázaro Ramos, excelente ator, diga-se de passagem, no papel de Foguinho, recebe uma herança de um milionário, sabendo que não era dele a herança, apenas porque o seu nome era idêntico ao do verdadeiro herdeiro. Claro, guardadas as devidas proporções, já que Foguinho não era vilão, mas sim um aproveitador. No final das contas ele disse que se arrependeu, foi perdoado, e ainda ficou com uma vida boa.
A mais recente. Priscila Fantim, a Beatriz de sete pecados, depois de tudo que causou na novela toda, inclusive o rompimento do casalzinho apaixonado, modelo de marido e de mulher que todo mundo gostaria de ter, é enterrada viva, consegue se livrar do caixão, e retorna com a herança, já que, Clarice, Giovanna Antonelli, rejeitou a fortuna(muito nobre ela né? Rejeitar o que lhe era de direito), terminando a novela milionária novamente.
A globo deve estar, aos poucos, preparando o povo brasileiro para sofrer mais do que já sofre. É triste, nem na ficção, no conto de fadas, as coisas saírem como o programado.
O povo brasileiro assiste às novelas sofrendo a cada capítulo, sentindo a agonia do personagem, já que, em histórias diferentes, tudo o que acontece na telinha é vivido todo dia por esse povo triste.
O mocinho faz planos a novela inteira. O brasileiro faz planos, às vezes, uma vida inteira. O vilão atrapalha seus planos. No mundo real temos vários vilões também, para atrapalhar nossos planos.
E chegar em casa depois de um dia de frustrações, ligar a TV e se frustrar mais uma vez chega a ser demais para o brasileiro. É triste torcer pelo bem, e ver o mal ganhar. Esse mal que já ganha todo dia, nem na ficção ele pode dar um tempo?
Trazer o mal para o cotidiano, para o dia-a-dia das pessoas é o que se tem de esperar de uma emissora de televisão que é uma das nossas vilãs do mundo real.
O que esperar de quem confina 14 pessoas dentro de uma casa por 3 meses, colocando abaixo os valores morais que os pais tentam em vão impor aos filhos? Nessa última edição do Big Brother Brasil é feita declaradamente uma ode ao alcoolismo. E o que pensam aqueles jovens com 15 anos que pensam que beber é o máximo? Que é mais máximo ainda. Uma coisa é beber e se embriagar, outra, é na frente de 180 milhões de pessoas, querer se embriagar todos os dias, como se fosse bonito ir às festas e se embriagar sempre. Já se escutou nessa edição uma participante querendo uso de drogas ou que mulher merece apanhar, porque quem dá carinho é pai e mãe. Já se viu um homossexual enrustido, ou alguém que se passa de homossexual enrustido, dizer que é gay numa hora e na outra estudar ter um caso com uma participante da casa(detalhe: uma das mais bonitas da casa).
O pior de tudo é saber que o prêmio de um milhão de reais já foi pago apenas com o primeiro paredão. A quantidade de votos paga todo o programa e o que vem depois é um lucro incalculável tanto para a emissora quanto para a empresa telefônica. Impressionante saber que o povo, assistindo a essa degradação moral acha tão bom a ponto de pagar todo o custo do programa para a globo e ainda dar uma esmola para ela de milhões, talvez bilhões.
Talvez a globo já queira preparar o brasileiro para saber que ele nunca será feliz. Talvez esteja querendo demover da cabeça dele essa idéia de felicidade, e aceitar que nosso país é assim mesmo. Sempre será. O mal vencerá.
Com certeza novelas com o mal vencendo se tornará muito corriqueira. Tudo uma questão de tempo.A globo está transformando a cabeça do brasileiro, para que veja seu político roubar, roubar, roubar e roubar e ainda crer que ele está agindo de forma sensata. Para saber que não devemos reclamar desses atos de corrupção, e sim conviver com eles.
Essa seria a lógica dos acontecimentos. Claro que às vezes, um ou outro, torce para que o desfecho mude um pouco para que não vire um marasmo. Mas mesmo assim, no fundo, no fundo, torce-se pelo bem. Afinal de contas, é síndrome de brasileiro torcer pela parte mais fraca, e a parte mais fraca sempre é o lado do bem.
O vilão sempre é rico, é o mais bonito, tem a namorada mais bonita, e o mocinho é um morador de vila, um taxista, um empregado da empresa, que se apaixona pela namorada mais bonita do vilão, e contra todas as lógicas em seu desfavor, acaba ganhando a garota no final.
O povo brasileiro é um povo sofrido. Temos rios e rios de corrupção correndo em nosso país. Ultimamente a única coisa que têm-se visto nos jornais é CPI disso, CPI daquilo, CPI daquilo mais, e mais e mais CPIs inundando o pouco de integridade que restava de nossos políticos. Já que cada dia aparece um diferente na mira da polícia federal, aparece alguém que nem seria capaz de se imaginar cometendo tal ato de vandalismo, e sendo protegido com imunidade disso e daquilo lá. Tendo prerrogativas de poder roubar e não ser punido. Prerrogativa de levar o dinheiro todo pra fora do país e viver bem.
E qual a prerrogativa do povo brasileiro? De cada vez mais ver o país afundar nessa lama e nada poder fazer? Apenas se indignar? Apenas sofrer calado? Tem prerrogativa de ser roubado e ainda ter que escolher quem vai melhor roubar no senado, na câmara, na presidência, na prefeitura?
O povo brasileiro já não tem nem um pouco de incentivo para ser honesto, para se tornar melhor, e ainda por cima quando vai assistir à novela, o vilão se dá bem, fazendo todas as suas maldades a novela inteira.
O povo assiste novela porque lhes dá esperança. Se o bem vence lá, porque no nosso país não vai vencer? É uma réstia de esperança que resta ao povo sofrido do nosso quase continente chamado Brasil.
É triste ter assistido à novela belíssima e ver Fernanda Montenegro no papel de Bia Falcão, uma vilã inescrupulosa e sem limites se dar tão bem no final, morando na França, num hotel com vista à torre Eiffel e um Cauã Reymond satisfazendo seus desejos sexuais.
Ou então, assistir Cobras e Lagartos, onde Lázaro Ramos, excelente ator, diga-se de passagem, no papel de Foguinho, recebe uma herança de um milionário, sabendo que não era dele a herança, apenas porque o seu nome era idêntico ao do verdadeiro herdeiro. Claro, guardadas as devidas proporções, já que Foguinho não era vilão, mas sim um aproveitador. No final das contas ele disse que se arrependeu, foi perdoado, e ainda ficou com uma vida boa.
A mais recente. Priscila Fantim, a Beatriz de sete pecados, depois de tudo que causou na novela toda, inclusive o rompimento do casalzinho apaixonado, modelo de marido e de mulher que todo mundo gostaria de ter, é enterrada viva, consegue se livrar do caixão, e retorna com a herança, já que, Clarice, Giovanna Antonelli, rejeitou a fortuna(muito nobre ela né? Rejeitar o que lhe era de direito), terminando a novela milionária novamente.
A globo deve estar, aos poucos, preparando o povo brasileiro para sofrer mais do que já sofre. É triste, nem na ficção, no conto de fadas, as coisas saírem como o programado.
O povo brasileiro assiste às novelas sofrendo a cada capítulo, sentindo a agonia do personagem, já que, em histórias diferentes, tudo o que acontece na telinha é vivido todo dia por esse povo triste.
O mocinho faz planos a novela inteira. O brasileiro faz planos, às vezes, uma vida inteira. O vilão atrapalha seus planos. No mundo real temos vários vilões também, para atrapalhar nossos planos.
E chegar em casa depois de um dia de frustrações, ligar a TV e se frustrar mais uma vez chega a ser demais para o brasileiro. É triste torcer pelo bem, e ver o mal ganhar. Esse mal que já ganha todo dia, nem na ficção ele pode dar um tempo?
Trazer o mal para o cotidiano, para o dia-a-dia das pessoas é o que se tem de esperar de uma emissora de televisão que é uma das nossas vilãs do mundo real.
O que esperar de quem confina 14 pessoas dentro de uma casa por 3 meses, colocando abaixo os valores morais que os pais tentam em vão impor aos filhos? Nessa última edição do Big Brother Brasil é feita declaradamente uma ode ao alcoolismo. E o que pensam aqueles jovens com 15 anos que pensam que beber é o máximo? Que é mais máximo ainda. Uma coisa é beber e se embriagar, outra, é na frente de 180 milhões de pessoas, querer se embriagar todos os dias, como se fosse bonito ir às festas e se embriagar sempre. Já se escutou nessa edição uma participante querendo uso de drogas ou que mulher merece apanhar, porque quem dá carinho é pai e mãe. Já se viu um homossexual enrustido, ou alguém que se passa de homossexual enrustido, dizer que é gay numa hora e na outra estudar ter um caso com uma participante da casa(detalhe: uma das mais bonitas da casa).
O pior de tudo é saber que o prêmio de um milhão de reais já foi pago apenas com o primeiro paredão. A quantidade de votos paga todo o programa e o que vem depois é um lucro incalculável tanto para a emissora quanto para a empresa telefônica. Impressionante saber que o povo, assistindo a essa degradação moral acha tão bom a ponto de pagar todo o custo do programa para a globo e ainda dar uma esmola para ela de milhões, talvez bilhões.
Talvez a globo já queira preparar o brasileiro para saber que ele nunca será feliz. Talvez esteja querendo demover da cabeça dele essa idéia de felicidade, e aceitar que nosso país é assim mesmo. Sempre será. O mal vencerá.
Com certeza novelas com o mal vencendo se tornará muito corriqueira. Tudo uma questão de tempo.A globo está transformando a cabeça do brasileiro, para que veja seu político roubar, roubar, roubar e roubar e ainda crer que ele está agindo de forma sensata. Para saber que não devemos reclamar desses atos de corrupção, e sim conviver com eles.
P.S: Eu sei que eu deveria escrever globo com letra maiúscula, mas vai em minúscula por sinal de protesto.
Um comentário:
mucho bueno.
agora só falta aprender a colocar umas imagenzinhas pra quebrar um pouco textos mais longos, nada mto difícil.
1 abraço.
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