terça-feira, 30 de junho de 2009

Algo que não podemos aceitar


Domingo Brasil e EUA decidiram a final da copa das confederações.

Analisando-se friamente, era um título que, para o Brasil pouca diferença faria, pois, já conquistamos e perdemos título mais importante que este.
Perdemos a nossa própria copa do mundo para o Uruguai, Conquistamos outros cinco títulos mundiais, sendo a seleção mais vencedora, somos a única seleção que conquistou o título mundial fora de seu continente, e dois inclusive, na Europa e na Ásia, temos o maior artilheiro em copas do mundo, fomos os primeiros a conquistar o tetra campeonato e os únicos penta campeões mundiais.
Um simples copa das confederações para nós representaria apenas uma conquista a mais, e, para Dunga, seria uma afirmação como técnico.
Embora essa próxima afirmação possa soar estranha, é a verdade. Para o Estados Unidos porém, a conquista da copa das confederações, ainda por cima, em cima do Brasil, seria uma afirmação, que eles procuram a vários anos no futebol. Seria uma projeção de seu próprio crescimento dentro do futebol. Seria Algo de orgulho por muitos e muitos anos, e talvez até tema de filme, já que uma singela vitória em cima da Inglaterra por 1x0 em 1950 na copa do Brasil foi, porque uma conquista de um título FIFA não seria?
A verdade é que durante muitos anos os americanos vem falando em progressivamente melhorarem seu futebol, para disputar e vencer uma copa do mundo, Algo, claro, que não podemos deixar nunca acontecer. A conquista desta copa das confederações significaria para eles que, o futebol é um mero jogo, como o baseball ou o futebol americano, onde prevalece muito mais a tática e o estudo dos adversários, do que simplesmente o talento individual e coletivo de cada equipe.
A bem da verdade, no primeiro tempo os americanos realmente jogaram de forma impecável, aquele segundo gol, que gol!!!!
Imagino até o técnico americano, antes da partida, estudando o Brasil, o esquema tático, a armação do Dunga, e inclusive prevendo até as bobeiras, como tirar André Santos e colocar Daniel Alves. Imagino até o quadro-negro rabiscado de giz com setinhas para lá e para cá, mostrando aos jogadores como deveriam se comportar.
E isso quase funcionou. Quase.
Uma coisa é vencerem a Espanha. Embora favoritíssima no jogo, e favorita ao título, a Espanha não detem a tradição. Pois, isso, apenas quatro países tem. Brasil, com seu futebol arte e os melhores jogadores do mundo, Itália, com sua intransponível defesa, Alemanha, com seus altos jogadores e sua força, e Argentina, com sua garra, e claro, sua catimba.
Uma vitória norte-americana sobre o Brasil representaria mais que apenas um título para os americanos. O futebol é a única coisa em que nós, brasileiros, e outros países de terceiro mundo (sul-americanos, africanos e México) somos melhores que os americanos. No futebol esquecemos toda a diferença que existe entre nós e eles, e nos impomos, e nesse momento, eles nos respeitam, eles nos temem, eles no invejam, eles desejam aprender conosco.

Uma vitória na final sobre o Brasil, acabaria com esse resto de orgulho que existe entre esses mundos, de que, pelo menos em alguma coisa somos melhores que os americanos. Já que em todo o resto os invejamos, e inclusive alguns de nós nutrem ódio irracional contra eles, pois o seu refrigerante é melhor, o seu sanduíche é melhor, o seu carro é melhor, mas, realmente é, e não podemos fazer nada. Porém, no futebol somos melhores, somos soberanos e nada que eles façam ou deixem de fazer irá mudar isso.

Uma vitória sobre o Brasil, daria a eles a certeza de que futebol se assemelha a seus esportes burocráticos, e que a tática vence a técnica. Porém, o que lhes sobra de tática, inteligência e disciplina, falta o que o resto do mundo possui, talento.
A conquista desta copa das confederações daria a eles o impulso final para que no ano que vem, chegassem à copa e pudessem dizer, "Yes, we can!".
But, you can´t. I´m so sorry, only we can.