quinta-feira, 9 de julho de 2009

Algo de Michael Jackson

Enquanto não se fala de outra coisa, ainda há tempo para alguns comentários. Estou falando de Algo inesperado e mexeu com o mundo todo.

A morte de Michael Jackson pegou a todos de surpresa. Ninguém esperava que o astro morresse tão cedo. Michael Jackson é um daqueles poucos personagens que você provavelmente se recorda dele estar sempre ali por toda a sua vida. É um daqueles personagens que você tem a impressão que transcendem as barreiras do tempo e sempre estão, estiveram e estarão por aí, idependente de nossa existência. Talvez por isso sua morte causou tanta surpresa.

Mas, e o motivo de toda a comoção que ela causou? Foi estranho todas as declarações de fãs em todo o mundo, a venda repentina de CD´s, as homenagens, e a imprensa a todo momento, falando apenas de Michael Jackson, elogiando-o, tratando como o astro que ele sempre foi, e não criticando-0, como nos seus anos finais.

Nos últimos anos, Michael era apenas alvo de críticas, pesadíssimas diga de passagem. Todo o escândalo envolvendo um suposto abuso de menores, as esquisitices com seus filhos, mas, em contramão disso, sempre que estava em público, causava rebuliço a seu redor, era notícia, ou seja, tudo, absolutamente qualquer coisa que ele fazia, Algo que ele fazia, era notícia.

Creio que o sentimento generalizado que ocorreu após a divulgação de sua morte, foi o de negligência. Negligência com aquele astro que, outrora fora tão aclamado, tão idolatrado, e, que, ultimamente, vinha sendo criticado, vinha sendo colocado sob uma ótica negativa, vinha sendo chamado de doido, maluco, pedófilo, esquisito, e ninguém mais queria saber deste astro. De repende ele deixou de ser um grande cantor, dançarino, compositor, e virou um "zé mané".

Quando criança, confesso que era fã de Michael Jackson, mas, agora, por ocasião de sua morte, descobri que não conhecia suas músicas, ou pelo menos não me lembrava de nenhuma, mas era fã por seus shows superproduzidos, me lembro que gostava de assisti-los, e também, a seu filme. Michael Jackson conquistou tanto os adultos como as crianças, e principalmente as crianças.

Já em minha adolescência, me lembro de ter ganhado de meus pais um CD de Michael Jackson, "Blood on the dance floor", que, não sei por que cargas d´água, não gostei das músicas, e me desinteressei por ele. Acho que assim ocorreu com muitas pessoas, e por isso digo que o sentimento generalizado foi de negligência. Embora, mesmo que não o houvéssemos negligenciado, pouco poderíamos fazer por ele.

Michael Jackson sempre foi muito. Sempre gostou do muito. Era exagerado em tudo que fazia. Thriller foi o álbum mais vendido da história, e, hoje, com os avanços tecnológicos que vivemos, será praticamente impossível sua marca ser ultrapassada. Vendeu, ao todo, mais discos que qualquer artista. Quando gravou o clip de Thriller, foi o mais caro da história para os padrões da época, onde, era comum gastar 50 mil dólares, ele gastou 500 mil dólares. Quando iria doar dinheiro a caridade, doava muito dinheiro, doava milhões de dólares. Juntou diversos artista para gravar We are the world, e doou todo dinheiro à África. Comprou um gigantesco rancho, com parque de diversões e zoológico, intitulando-o Neverland, a terra do nunca. Gastava 10 mil dólares por dia em um apartamento de hotel, e, na mesma cidade, tinha uma casa. Comprava esculturas e pinturas caríssimas, gastava seu dinheiro muito, e de forma desordenada. E, após sua morte, vendeu mais discos que Elvis Presley e John Lennon.

E, para uma pessoa que gostava do muito, é engraçado deixar a todos saber tão pouco de sua vida. Sua vida pessoal era uma incógnita, tudo que ele fazia era envolto por mistério, nada era descoberto, nada vazava para a imprensa. Ninguém sabe porque ele ficou branco, ou se seus filhos são realmente seus filhos, ou quem é a mãe de seu terceiro filho. Muito embora, nada temos que saber da vida de ninguém se ela não nos diz respeito.

Pelo que se vê em entrevistas com o próprio Michael, e em entrevistas com pessoas próximas a ele, percebe-se que, Michael realmente não crescera, continuou sempre sendo o "little Michael". Assistindo entrevistas com ele, percebe-se facilmente como o cantor é pueril, percebe-se seu desconcerto com algumas perguntas, e suas respostas, que soam como respostas de crianças.

Percebe-se que o astro sofreu bastante, sofreu durante toda a sua vida, e sofreu até mesmo depois de sua morte. Como não foi a longa agonia que o corpo de Michael passou, por quase duas semanas sem ninguém saber o que fazer com ele. Sem deixar seus fãs vê-lo uma última vez, sem saber onde velá-lo e onde sepultá-lo.

E Michael foi grande até depois de sua morte. Na realidade, não foi realizado um funeral, mas sim um "showneral". Um grande evento musical, com as devidas homenagens prestadas ao rei do Pop.

Como já dizia o velho ditado, "Quem é rei nunca perde a majestade" .

terça-feira, 30 de junho de 2009

Algo que não podemos aceitar


Domingo Brasil e EUA decidiram a final da copa das confederações.

Analisando-se friamente, era um título que, para o Brasil pouca diferença faria, pois, já conquistamos e perdemos título mais importante que este.
Perdemos a nossa própria copa do mundo para o Uruguai, Conquistamos outros cinco títulos mundiais, sendo a seleção mais vencedora, somos a única seleção que conquistou o título mundial fora de seu continente, e dois inclusive, na Europa e na Ásia, temos o maior artilheiro em copas do mundo, fomos os primeiros a conquistar o tetra campeonato e os únicos penta campeões mundiais.
Um simples copa das confederações para nós representaria apenas uma conquista a mais, e, para Dunga, seria uma afirmação como técnico.
Embora essa próxima afirmação possa soar estranha, é a verdade. Para o Estados Unidos porém, a conquista da copa das confederações, ainda por cima, em cima do Brasil, seria uma afirmação, que eles procuram a vários anos no futebol. Seria uma projeção de seu próprio crescimento dentro do futebol. Seria Algo de orgulho por muitos e muitos anos, e talvez até tema de filme, já que uma singela vitória em cima da Inglaterra por 1x0 em 1950 na copa do Brasil foi, porque uma conquista de um título FIFA não seria?
A verdade é que durante muitos anos os americanos vem falando em progressivamente melhorarem seu futebol, para disputar e vencer uma copa do mundo, Algo, claro, que não podemos deixar nunca acontecer. A conquista desta copa das confederações significaria para eles que, o futebol é um mero jogo, como o baseball ou o futebol americano, onde prevalece muito mais a tática e o estudo dos adversários, do que simplesmente o talento individual e coletivo de cada equipe.
A bem da verdade, no primeiro tempo os americanos realmente jogaram de forma impecável, aquele segundo gol, que gol!!!!
Imagino até o técnico americano, antes da partida, estudando o Brasil, o esquema tático, a armação do Dunga, e inclusive prevendo até as bobeiras, como tirar André Santos e colocar Daniel Alves. Imagino até o quadro-negro rabiscado de giz com setinhas para lá e para cá, mostrando aos jogadores como deveriam se comportar.
E isso quase funcionou. Quase.
Uma coisa é vencerem a Espanha. Embora favoritíssima no jogo, e favorita ao título, a Espanha não detem a tradição. Pois, isso, apenas quatro países tem. Brasil, com seu futebol arte e os melhores jogadores do mundo, Itália, com sua intransponível defesa, Alemanha, com seus altos jogadores e sua força, e Argentina, com sua garra, e claro, sua catimba.
Uma vitória norte-americana sobre o Brasil representaria mais que apenas um título para os americanos. O futebol é a única coisa em que nós, brasileiros, e outros países de terceiro mundo (sul-americanos, africanos e México) somos melhores que os americanos. No futebol esquecemos toda a diferença que existe entre nós e eles, e nos impomos, e nesse momento, eles nos respeitam, eles nos temem, eles no invejam, eles desejam aprender conosco.

Uma vitória na final sobre o Brasil, acabaria com esse resto de orgulho que existe entre esses mundos, de que, pelo menos em alguma coisa somos melhores que os americanos. Já que em todo o resto os invejamos, e inclusive alguns de nós nutrem ódio irracional contra eles, pois o seu refrigerante é melhor, o seu sanduíche é melhor, o seu carro é melhor, mas, realmente é, e não podemos fazer nada. Porém, no futebol somos melhores, somos soberanos e nada que eles façam ou deixem de fazer irá mudar isso.

Uma vitória sobre o Brasil, daria a eles a certeza de que futebol se assemelha a seus esportes burocráticos, e que a tática vence a técnica. Porém, o que lhes sobra de tática, inteligência e disciplina, falta o que o resto do mundo possui, talento.
A conquista desta copa das confederações daria a eles o impulso final para que no ano que vem, chegassem à copa e pudessem dizer, "Yes, we can!".
But, you can´t. I´m so sorry, only we can.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Algo importante

Essa semana estava ouvindo Alexandre Garcia na rádio São Francisco.

Ele estava comentando sobre a eleição municipal de São Paulo, os ataques da candidata petista sobre o candidato democrata.

Insinuações sobre sua orientação sexual tem movimentado a eleição por lá.

Achei engraçado, e hipócrita da parte de Marta Suplicy. Acredito que, se tem um lugar onde tal insinuação só traria vantagens ao candidato supostamente gay, dentro do Brasil é São Paulo, afinal de contas, a maior parada gay (ou GLBTT, como alguns preferem chamar, e não me perguntem o que significa pois eu não sei) do país acontece por lá, e mais, Marta Suplicy enquanto prefeita de São Paulo foi uma das defensoras da parada gay, e com direito a discurso de abertura, e tudo mais.

Tal atitude tenha talvez relação ao desespero de ver perdida a eleição.

Alexandre ainda criticava bastante nosso "sapientíssimo" presidente, por, nessa reta final das eleições, aonde seus candidatos mais precisariam dele, com seu apoio nas campanhas, associando sua figura ao do prefeito da cidade, estar viajando mundo afora, pois sabe que seus candidatos, incluindo Marta Suplicy em São Paulo, estão fora das principais disputas, vale apenas de seu apoio moral. Alexandre ainda usa da palavra "conveniente", para caracterizar essa atual viagem do presidente.

Realmente, pensando por esse lado, ela é realmente "muito conveniente". Ou talvez, seja só "coincidência".

Bem, todo esse imbróglio inicial, bastou apenas para que eu fizesse uma reflexão sobre uma afirmativa que ele fez, e que eu, particularmente, não concordei.
Alexandre, ao começar a criticar a candidata petista por seu comportamento, começou sua falar dizendo sobre a eleição da capital paulista e "a mais importante do país".

Fiquei tentando imaginar qual seria, para mim, a importância da eleição de São Paulo, afinal de contas, nem Gilberto nem Marta darão apoio financeiro para minha cidade, ou trarão alguma coisa de especial para nós. E ainda me lembrei de uma outra fala dele mesmo, Alexandre Garcia, há um tempo atrás, que contradizeu um pouco sua fala. Ele dizia que ninguém mora no Estado ou no País, mas no Município, daí a importância de se ter uma prefeitura, você tem uma relação mais direta com o povo, com o eleitorado.

Para mim, em especial, a eleição mais importante do país é a de meu município, e, além do mais, nem tenho a possibilidade de tentar votar em algum dos dois candidatos paulistas. Qual parâmetro usado por Alexandre para medir a importância da eleição? O maior município do país, o maior número de eleitores, a maior economia, ou será o fato de que lá em Brasília eles não estão disputando eleições municipais, e quis escolher ele próprio uma eleição para ser importante?

Isso não importa, o que importa é que, não serei, pelos próximos quatro anos governado por Marta Suplicy ou Gilberto Kassab, mas sim por Antônio Gomide ou Onaide Santillo.

De nada me adianta acompanhar o que está acontecendo por lá, se não souber o que acontece por aqui. Poderei cobrar, poderei exigir, apenas de meu prefeito, não tenho nenhuma relação, nenhum vínculo com qualquer prefeito que for eleito em qualquer outro lugar do país, até mesmo em algum município vizinho ao meu. Seria como dar palpite na vida alheia.

Aliás, por aqui o Lula pode vir passear, que a situação aqui está confortável aos petistas, mais temos ainda 10 dias e muita coisa pode acontecer.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Algo está melhorando

Goiás: 7° colocado do brasileirão séria A, a quatro pontos do G4.
Vila Nova: 2° colocado do brasileirão série B, a treze pontos de garantir matematicamente sua ida para a série A.
Atlético: Classificado para o octogonal final do brasileirão série C, disputando uma das quatro vagas à série B, e garantido de toda forma na série C no próximo ano.

O futebol de Goiás vem se desenvolvendo. Poderemos ter no próximo ano um time na libertadores (pela segunda vez), dois na primeira divisão, e um na segunda. Claro, todos os três times são da capital, mas de qualquer forma já é alguma coisa, algum começo.
Ano passado o Atlético arranhou a vaga para a série B, perdeu na última rodada precisando da vitória para o último colocado do octogonal e sem chance alguma de classificação. Não podemos esquecer também da equipe de Catalão, CRAC, que chegou juntamente com o Atlético e Vila Nova ao octogonal, mas não conseguiu, assim como o Atlético, a vaga, mas toda forma, ano passado de oito times, tínhamos três.
Esse ano temos apenas um. O Anápolis parou na primeira fase, e o Itumbiara na segunda. O Atlético continuou e agora disputa mais uma vez, uma vaga à série B. Importante lembrar que deixou pra trás Guaratinguetá, um dos semi-finalistas do campeonato paulista deste ano, time que durante a primeira fase, foi líder.
O Vila Nova faz uma campanha impressionante na série B, um tima que não classificou sequer para as semi-finais do goianão, e que dava indícios de rebaixamento à série C, vem fazendo uma campanha invicta dentro de casa, bateu, inclusive o Corinthians, que conta apenas com duas derrotas nessa sua passagem pela série B, e uma delas, para o Vila Nova.
O Vila Nova joga terça-feira, no estádio Serra Dourada, contra o Paraná Clube, chance boa de vitória, e que, caso consiga, dizem os matemáticos, fica a apenas 10 pontos em 10 jogos, para classificar-se, ou seja, bastaria empatá-los todos.
Atualmente, está na segunda colocação, a três pontos do quinto colocado, e tem ainda direito a tropeçar numa rodada e continuar dentro do G4.
O Goiás começou o campeonato mal também, quase rebaixando, era um dos mais cotados para arrebatar a vaga para a série B do nacional, mas, vem fazendo a melhor campanha do returno, já está encostado nos líderes, a quatro pontos da zona de classificação para a libertadores e a oito pontos de Grêmio e Palmeiras, portanto, impressionante.
A federação goiana de futebol, por dois anos seguidos adotou algumas medidas para sacudir com o nosso campeonato. No primeiro ano contratou doze jogadores de nível médio, com salários entre R$ 15 mil e R$ 20 mil reais e "doou" um para cada time que disputava a primeira divisão do goianão. No segundo ano contrataram, para apitar as partidas da primeira divisão quatro árbitros do quadro da FIFA.
Disseram que para o ano que vem tem mais coisa vindo, sem contar o fato de que rebaixarão quatro equipes ao invés de duas.
Nosso futebol vem melhorando gradualmente, nosso nível, e vem também se igualando, prova disso é o título do Itumbiara deste ano, Atlético ano passado, e sem contar que foram quatro anos seguidos com quatro campeões diferentes.
Talvez com essa grande melhora dos times da capital (Goiás, Vila e Atlético), os times do interior passem a ser mais valorizados e seja dado a eles a importância que merecem, não o papel de coadjuvante.
Na série D, caso continuemos com as três vagas que tínhamos para a C, mandaremos todos os três times do interior de Goiás, afinal de contas os Atlético, Vila e Goiás já tem vagas garantidas, e Goiânia ainda amarga na divisão de acesso do goianão.
A federação tem que se esforçar para levar ao menos um para a série C e lá deixá-lo, para que possamos ter times em todas as divisões.
Agora é a hora do interior mostrar sua força, seu futebol, e se tudo continuar dessa forma, podemos daqui a alguns anos ter o melhor e mais disputado campeonato estadual do país, competindo com o estado de São Paulo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Vale Algo ganhar o bronze?

Reposta: Se você estiver disputando uma olimpíada pelo Brasil, é melhor que ouro.

No Pan-Americano, tivemos um festival de medalhas de ouro. Mas mesmo assim, ficamos atrás dos americanos, que, detalhe, mandam ao Pan, os atletas categoria "B", algo como um treinamento de luxo para eles. E ficamos atrás com mais de 40 medalhas.

Sem contar o fato que tínhamos ainda o fator "casa", daí o aumento no número de medalhas. E nossos atletas classe "A" estavam aqui competindo. Achávamos que o Pan era uma prévia do que viria nas olimpíadas.

Poderíamos fazer a contagem do quadro de medalhas como fizeram os americanos talvez, e aí subimos ainda algumas posições. Vergonhosamente, passaram a contar o quadro de medalhas de acordo com o número de medalhas ganhas no total, e não o total de ouro, para determinar o país com melhor participação. Dessa forma eles estavam por cima. Podemos contar por medalhas de bronze então, que dessa forma superamos alguns países ainda.

A questão não é o nosso pífio desempenho, que só mostra a realidade de que não somos um país olímpico. Somos o país do futebol, do vôlei, e só, nada mais. E ultimamente somos, mas com ressalvas. Não deveríamos investir aonde sabemos que as chances são pequenas, mas sim aonde sabemos que somos potência, e que ali, não faremos vergonha.

Mas, talvez a busca por medalhas de ouro, prata, bronze, cobre, latão, ferro e tudo mais, nos trouxe amargas decepções, como os "futebóis", e os vôleis em geral, pois apenas o feminino de quadra salvou-se. O pior é que perdemos três disputas diretas contra os americanos, que se sentem melhor em outras áreas, do que mais precisamente aonde ganharam de nós.

O que traduz esse desempenho desastroso, é a insistência em comemorar e vangloriar aqueles que não ganharam. Pois, ganhar Algo que não seja o Ouro, não é ganhar. Aquele que fica com a medalha de Bronze fez uma prova melhor do que aqueles abaixo dele, mas à frente tem ainda mais dois.

Comemorávamos o Bronze como se fosse o Ouro. Como se aquela medalha fosse a glória maior do esporte. Porque nos esportes coletivos não trazemos então essa comemoração e esse orgulho? O vôlei e o futebol não comemoram suas respectivas medalhas. O sentimento de todos quanto a eles foi de decepção. Mas nosso judô foi o máximo por nos conseguir 3 medalhas de bronze. Assim como duas competidoras da vela, que vibraram com o bronze.

Aposto que se Michael Phelps houvesse ganho "só" 7 medalhas de Ouro, e a última de Prata, não sairia satisfeito das olimpíadas. Não estaria feliz. E saberia que não havia feito seu trabalho da forma como deveria.

Nós, ao contrário, ao sairmos com uma medalha de Bronze, dizemos que foi uma glória, uma conquista, há carreata, passeata, foguetes estourando e uma semana de notícias na imprensa. Afinal de contas, ganhamos o Bronze não é mesmo? Subimos ao pódio.
Enquanto o pensamento for este, não sairemos do Bronze jamais. Ao subir ao pódio, deve-se almejar o lugar mais alto, e não o mais baixo.

Enquanto nosso pensamento for este, não sairemos do Bronze.

Parodiando uma música dos Mamonas Assassinas: "Quando eu disputei as olimpíadas, ganhava Bronze, Prata, de vez em quando um Ouro!"

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Algo proibido

Será que precisávamos realmente limitar o uso de algemas?

Será que é realmente vergonhoso conduzir um cidadão "honesto" de algemas até a delegacia?

Ou vergonhoso é a prática de um crime?

Há alguns dias, somente pelo fato de um certo Daniel Dantas ser conduzido algemado à delegacia, nosso querido presidente do Supremo Tribunal Federal restringiu o uso das algemas.
Eu estou me perguntando até agora, quantos indivíduos já não foram levados algemados até uma delegacia? Pior, quantos já não foram levados injustamente?
Mas, esses a globo não filmou. E esses também não tinham dinheiro.
Isso nos levar a crer que é o dinheiro que faz lei no país, transforma nossos costumes.

O errado não era os policiais que o algemaram, mas sim a TV Globo que apareceu por lá filmando tudo. Foi aquele show. Um verdadeiro Reality Show, tipo um Big Brother Carandiru.

O impressionante é que os policiais é que eram os errados da história.

Mas também, né, coitado. O pobrezinho não poderia ser algemado. Uma alma tão boa. Não havia nenhuma fundada suspeita recaindo sobre ele para nem conduzi-lo à delegacia.

Talvez não devesse restringir o uso de algemas, mas sim o uso da informação mal-veiculada.

Onde nessa parte todos erram, pois, bem ou mal, os policiais queriam aparecer, afinal de contas, quem rejeita 15 minutos de fama?

O caso, no entanto, foi semelhante com o de Maluf e filho, há já algum tempinho, sem lembram?

Gilmar Mendes à época, percebeu o quão estarrecida a sociedade ficou. Afinal de contas, quem não ficou indignado em ver o filho de Maluf descendo do helicóptero e ser algemado em seguida? Foi uma cena chocante, bárbara, e talvez Gilmar Mendes, ao ver a indignação popular, pensou consigo, "caso algum dia eu seja presidente do Supremo e aconteça algo semelhante, irei tomar uma decisão para mudar a vida desse pobre povo".

E então, teve sua chance, tão logo vislumbrou Daniel Dantas ser algemado.

O clamor público o pedia. O clamor público assim o exigia. Ninguém mais queria ver pessoas algemadas na televisão, submetidas a essa degradação, essa humilhação. Realmente, foi uma cena chocante para o país.
Porque, então, Gilmar Mendes, ao invés de "restringir" o uso de algemas, não "restringiu" a participação da imprensa nas operações policiais?

Ou, ao invés de "restringir", então proibisse totalmente que uma foto que seja, mesmo que de celular, com relação a qualquer indivíduo que seja, rico ou pobre, caísse na imprensa. Com sanções e imposições de multas quão duras fossem.

Não há dúvidas de que realmente o uso de algemas em Dantas era desnecessário, já que conduzia-se calma e passivamente à delegacia, e o uso foi tão-somente para mostrar na TV algum serviço.

A limitação desse uso de algemas traz perigo aos policiais, pois há bandidos perigosos e que, caso não tenham algo prendendo suas mãos, são capazes até de matar sua escolta. E mais, com as mãos livres, quem os impedirá de fugir?

Uma solução então, coloque algemas nos pés, que assim não dá pra fotografar, e se fotografar, não aparece o rosto. Mesmo sendo ridícula, acho que é melhor que limitação ao uso das algemas.

Talvez ainda mais vergonhoso que o uso das algemas seja a prática de um crime, e mais vergonhoso que este é ceder a um acontecimento isolado fazendo prejudicar toda uma classe, categoria, ou sociedade.

Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal mostrou sua verdadeira face a todos os brasileiros.

Um Tribunal que, ao invés de defender os interesses Constitucionais e salvaguardar a população, sucumbe aos apelos políticos, mostrando que lá dentro, eles são meras fantoches de quem os colocou lá.
Clique aqui, para assistir a uma charge.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Algoleada

Burro!
A palavra exata para descrever o tetra campeão mundial Dunga em seu cargo de técnico da seleção brasileira.
Que a seleção brasileira de futebol nunca soube se portar como campeão em uma olimpíada nós já sabemos. E sabemos bem. Na verdade, nem alimentamos muitas esperanças quanto ao ouro olímpico. Em 2004, por exemplo, nem colocou os pés em Atenas.
Mas aí vem nosso "tecniquinho", o Dunga, que imaginávamos talvez nem uma classificação à próxima fase (pois estamos fora até quase da copa do mundo da África), e faz uma fase de grupos brilhante. 1x0 na Bélgica, 5x0 na Nova Zelândia e 3x0 na China. Tá bom! O grupo era ridículo. Mas convencemos, ou melhor, Dunga convenceu.
Nas quartas-de-final, encontramos nossos últimos algozes (nos eliminaram com dois a menos), Camarões, e... vitória, suada, mas também convincente, apesar de ser na prorrogação. 2x0.
Chegamos às semi-finais sem um único gol tomado. Melhor defesa da competição. Muito embora a campanha de nossos adversários ter se assemelhado à nossa. Embora com jogos mais difíceis, e alguns gols levados.
Dunga conseguiu animar a torcida brasileira e dar a eles a esperança perdida, de que, desta vez, VAI!!!
Mas... infelizmente, não foi. 3x0 de nossos rivais, com direito a dois gols do genro de Maradona, um de Riquelme, isso sem contar o baile.
Mas, nosso técnico pensou que estava dirigindo a seleção da Mongólia contra a Argentina. Afinal de contas, a postura que ele adotou não é postura de Brasil. Quatro zagueiros, três volantes e um atacante só, um só, Dunga!?
O Brasil jogou igual time pequeno. Ou, NÃO jogou igual time pequeno, melhor dizendo.
Isso não era postura nem de Brasil nem de Argentina. Nossos "hermanos" entraram com a postura de quem realmente queria vencer a partida, foram pra cima.
Chegou ao extremo de Arnaldo César Coelho dizer que deveria ter alguma coisa dentro da área argentina, pois o Ronaldinho (aquele, o gaúcho, que não sabe o que é jogar futebol a um bom tempo, acima do peso uns quilinhos, e que o milan só liberou pras olimpiadas pra adquirir ritmo de jogo) não entrava dentro dela. Ficava só cercando.
A argentina sentiu o medo dos brasileiros. E se aproveitaram dele. Dunga queria o quê jogando na retranca? Fazer um gol meio ali que de sorte, na cagada, num contra-ataque (que os argentinos por sinal já sabiam dessa tática, pois disseram que foi a mesma usada na copa américa, e por isso não iriam sair tanto ao jogo quanto lá, para não viabilizar os contra-ataques brasileiros), mas não adiantou. Por esse motivo, Arnaldo César Coelho disse que o jogo seria decidido nos penâltis. Talvez não nos penâltis, mas no penâlti de Riquelme que aniquilou o restinho de esperança do Brasil.
Não adianta dizer que o Pato teve culpa, pois nem jogar ele jogou. Contra Camarões, ficou sentadinho no banco, o jogo inteiro. Colocar o cara aos 20 minutos do segundo tempo, contra a Argentina, perdendo de 2x0, e transferindo toda a pressão pra cima dele não vai fazer o cara mostrar nem um terço de seu melhor futebol.
Dunga, sua única alternativa é, aproveitando o dito popular, pedir pra cagar e sair.
Esquece a seleção, esses anos que você está aí, foi legal, foi bom, mas... você não é técnico. Na verdade, nem cara de técnico você tem.