terça-feira, 26 de agosto de 2008

Vale Algo ganhar o bronze?

Reposta: Se você estiver disputando uma olimpíada pelo Brasil, é melhor que ouro.

No Pan-Americano, tivemos um festival de medalhas de ouro. Mas mesmo assim, ficamos atrás dos americanos, que, detalhe, mandam ao Pan, os atletas categoria "B", algo como um treinamento de luxo para eles. E ficamos atrás com mais de 40 medalhas.

Sem contar o fato que tínhamos ainda o fator "casa", daí o aumento no número de medalhas. E nossos atletas classe "A" estavam aqui competindo. Achávamos que o Pan era uma prévia do que viria nas olimpíadas.

Poderíamos fazer a contagem do quadro de medalhas como fizeram os americanos talvez, e aí subimos ainda algumas posições. Vergonhosamente, passaram a contar o quadro de medalhas de acordo com o número de medalhas ganhas no total, e não o total de ouro, para determinar o país com melhor participação. Dessa forma eles estavam por cima. Podemos contar por medalhas de bronze então, que dessa forma superamos alguns países ainda.

A questão não é o nosso pífio desempenho, que só mostra a realidade de que não somos um país olímpico. Somos o país do futebol, do vôlei, e só, nada mais. E ultimamente somos, mas com ressalvas. Não deveríamos investir aonde sabemos que as chances são pequenas, mas sim aonde sabemos que somos potência, e que ali, não faremos vergonha.

Mas, talvez a busca por medalhas de ouro, prata, bronze, cobre, latão, ferro e tudo mais, nos trouxe amargas decepções, como os "futebóis", e os vôleis em geral, pois apenas o feminino de quadra salvou-se. O pior é que perdemos três disputas diretas contra os americanos, que se sentem melhor em outras áreas, do que mais precisamente aonde ganharam de nós.

O que traduz esse desempenho desastroso, é a insistência em comemorar e vangloriar aqueles que não ganharam. Pois, ganhar Algo que não seja o Ouro, não é ganhar. Aquele que fica com a medalha de Bronze fez uma prova melhor do que aqueles abaixo dele, mas à frente tem ainda mais dois.

Comemorávamos o Bronze como se fosse o Ouro. Como se aquela medalha fosse a glória maior do esporte. Porque nos esportes coletivos não trazemos então essa comemoração e esse orgulho? O vôlei e o futebol não comemoram suas respectivas medalhas. O sentimento de todos quanto a eles foi de decepção. Mas nosso judô foi o máximo por nos conseguir 3 medalhas de bronze. Assim como duas competidoras da vela, que vibraram com o bronze.

Aposto que se Michael Phelps houvesse ganho "só" 7 medalhas de Ouro, e a última de Prata, não sairia satisfeito das olimpíadas. Não estaria feliz. E saberia que não havia feito seu trabalho da forma como deveria.

Nós, ao contrário, ao sairmos com uma medalha de Bronze, dizemos que foi uma glória, uma conquista, há carreata, passeata, foguetes estourando e uma semana de notícias na imprensa. Afinal de contas, ganhamos o Bronze não é mesmo? Subimos ao pódio.
Enquanto o pensamento for este, não sairemos do Bronze jamais. Ao subir ao pódio, deve-se almejar o lugar mais alto, e não o mais baixo.

Enquanto nosso pensamento for este, não sairemos do Bronze.

Parodiando uma música dos Mamonas Assassinas: "Quando eu disputei as olimpíadas, ganhava Bronze, Prata, de vez em quando um Ouro!"

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Algo proibido

Será que precisávamos realmente limitar o uso de algemas?

Será que é realmente vergonhoso conduzir um cidadão "honesto" de algemas até a delegacia?

Ou vergonhoso é a prática de um crime?

Há alguns dias, somente pelo fato de um certo Daniel Dantas ser conduzido algemado à delegacia, nosso querido presidente do Supremo Tribunal Federal restringiu o uso das algemas.
Eu estou me perguntando até agora, quantos indivíduos já não foram levados algemados até uma delegacia? Pior, quantos já não foram levados injustamente?
Mas, esses a globo não filmou. E esses também não tinham dinheiro.
Isso nos levar a crer que é o dinheiro que faz lei no país, transforma nossos costumes.

O errado não era os policiais que o algemaram, mas sim a TV Globo que apareceu por lá filmando tudo. Foi aquele show. Um verdadeiro Reality Show, tipo um Big Brother Carandiru.

O impressionante é que os policiais é que eram os errados da história.

Mas também, né, coitado. O pobrezinho não poderia ser algemado. Uma alma tão boa. Não havia nenhuma fundada suspeita recaindo sobre ele para nem conduzi-lo à delegacia.

Talvez não devesse restringir o uso de algemas, mas sim o uso da informação mal-veiculada.

Onde nessa parte todos erram, pois, bem ou mal, os policiais queriam aparecer, afinal de contas, quem rejeita 15 minutos de fama?

O caso, no entanto, foi semelhante com o de Maluf e filho, há já algum tempinho, sem lembram?

Gilmar Mendes à época, percebeu o quão estarrecida a sociedade ficou. Afinal de contas, quem não ficou indignado em ver o filho de Maluf descendo do helicóptero e ser algemado em seguida? Foi uma cena chocante, bárbara, e talvez Gilmar Mendes, ao ver a indignação popular, pensou consigo, "caso algum dia eu seja presidente do Supremo e aconteça algo semelhante, irei tomar uma decisão para mudar a vida desse pobre povo".

E então, teve sua chance, tão logo vislumbrou Daniel Dantas ser algemado.

O clamor público o pedia. O clamor público assim o exigia. Ninguém mais queria ver pessoas algemadas na televisão, submetidas a essa degradação, essa humilhação. Realmente, foi uma cena chocante para o país.
Porque, então, Gilmar Mendes, ao invés de "restringir" o uso de algemas, não "restringiu" a participação da imprensa nas operações policiais?

Ou, ao invés de "restringir", então proibisse totalmente que uma foto que seja, mesmo que de celular, com relação a qualquer indivíduo que seja, rico ou pobre, caísse na imprensa. Com sanções e imposições de multas quão duras fossem.

Não há dúvidas de que realmente o uso de algemas em Dantas era desnecessário, já que conduzia-se calma e passivamente à delegacia, e o uso foi tão-somente para mostrar na TV algum serviço.

A limitação desse uso de algemas traz perigo aos policiais, pois há bandidos perigosos e que, caso não tenham algo prendendo suas mãos, são capazes até de matar sua escolta. E mais, com as mãos livres, quem os impedirá de fugir?

Uma solução então, coloque algemas nos pés, que assim não dá pra fotografar, e se fotografar, não aparece o rosto. Mesmo sendo ridícula, acho que é melhor que limitação ao uso das algemas.

Talvez ainda mais vergonhoso que o uso das algemas seja a prática de um crime, e mais vergonhoso que este é ceder a um acontecimento isolado fazendo prejudicar toda uma classe, categoria, ou sociedade.

Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal mostrou sua verdadeira face a todos os brasileiros.

Um Tribunal que, ao invés de defender os interesses Constitucionais e salvaguardar a população, sucumbe aos apelos políticos, mostrando que lá dentro, eles são meras fantoches de quem os colocou lá.
Clique aqui, para assistir a uma charge.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Algoleada

Burro!
A palavra exata para descrever o tetra campeão mundial Dunga em seu cargo de técnico da seleção brasileira.
Que a seleção brasileira de futebol nunca soube se portar como campeão em uma olimpíada nós já sabemos. E sabemos bem. Na verdade, nem alimentamos muitas esperanças quanto ao ouro olímpico. Em 2004, por exemplo, nem colocou os pés em Atenas.
Mas aí vem nosso "tecniquinho", o Dunga, que imaginávamos talvez nem uma classificação à próxima fase (pois estamos fora até quase da copa do mundo da África), e faz uma fase de grupos brilhante. 1x0 na Bélgica, 5x0 na Nova Zelândia e 3x0 na China. Tá bom! O grupo era ridículo. Mas convencemos, ou melhor, Dunga convenceu.
Nas quartas-de-final, encontramos nossos últimos algozes (nos eliminaram com dois a menos), Camarões, e... vitória, suada, mas também convincente, apesar de ser na prorrogação. 2x0.
Chegamos às semi-finais sem um único gol tomado. Melhor defesa da competição. Muito embora a campanha de nossos adversários ter se assemelhado à nossa. Embora com jogos mais difíceis, e alguns gols levados.
Dunga conseguiu animar a torcida brasileira e dar a eles a esperança perdida, de que, desta vez, VAI!!!
Mas... infelizmente, não foi. 3x0 de nossos rivais, com direito a dois gols do genro de Maradona, um de Riquelme, isso sem contar o baile.
Mas, nosso técnico pensou que estava dirigindo a seleção da Mongólia contra a Argentina. Afinal de contas, a postura que ele adotou não é postura de Brasil. Quatro zagueiros, três volantes e um atacante só, um só, Dunga!?
O Brasil jogou igual time pequeno. Ou, NÃO jogou igual time pequeno, melhor dizendo.
Isso não era postura nem de Brasil nem de Argentina. Nossos "hermanos" entraram com a postura de quem realmente queria vencer a partida, foram pra cima.
Chegou ao extremo de Arnaldo César Coelho dizer que deveria ter alguma coisa dentro da área argentina, pois o Ronaldinho (aquele, o gaúcho, que não sabe o que é jogar futebol a um bom tempo, acima do peso uns quilinhos, e que o milan só liberou pras olimpiadas pra adquirir ritmo de jogo) não entrava dentro dela. Ficava só cercando.
A argentina sentiu o medo dos brasileiros. E se aproveitaram dele. Dunga queria o quê jogando na retranca? Fazer um gol meio ali que de sorte, na cagada, num contra-ataque (que os argentinos por sinal já sabiam dessa tática, pois disseram que foi a mesma usada na copa américa, e por isso não iriam sair tanto ao jogo quanto lá, para não viabilizar os contra-ataques brasileiros), mas não adiantou. Por esse motivo, Arnaldo César Coelho disse que o jogo seria decidido nos penâltis. Talvez não nos penâltis, mas no penâlti de Riquelme que aniquilou o restinho de esperança do Brasil.
Não adianta dizer que o Pato teve culpa, pois nem jogar ele jogou. Contra Camarões, ficou sentadinho no banco, o jogo inteiro. Colocar o cara aos 20 minutos do segundo tempo, contra a Argentina, perdendo de 2x0, e transferindo toda a pressão pra cima dele não vai fazer o cara mostrar nem um terço de seu melhor futebol.
Dunga, sua única alternativa é, aproveitando o dito popular, pedir pra cagar e sair.
Esquece a seleção, esses anos que você está aí, foi legal, foi bom, mas... você não é técnico. Na verdade, nem cara de técnico você tem.